segunda-feira, 18 de julho de 2011

UMA ANÁLISE SOBRE O ENSINO MÉDIO INTEGRADO ATRAVÉS DO TEXTO DE" RAMOM DE OLIVEIRA"


OLIVEIRA, Ramon de. Possibilidades do Ensino Médio Integrado diante do financiamento público da educação. Educação e Pesquisa, São Paulo,V.35, n 1, p, 51-66, jan/abril.2009.

·         Julio Cezar Machado Geraldo.

                O  artigo aqui analisado, “Possibilidades do Ensino Médio Integrado diante do financiamento público da educação”, mostra e destaca os limites do financiamento público para a ascensão do Ensino Médio Integrado, onde a intervenção do governo federal brasileiro no financiamento da Educação Básica está sendo o grande obstáculo para a efetivação em qualidade  do Ensino Médio Integrado. Independente de qualquer ideologia partidária e/ou  de interesses de grupos que os governantes da nação seguem, segundo o autor, os mesmos  não priorizam essa linha de financiamento da educação como prioridade em suas plataformas governamentais.

                O autor, Ramon de Oliveira, atualmente é Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (1993) e doutor em Educação pela Universidade Federal Fluminense (2001). É professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação e Qualificação Profissional, atuando principalmente nos seguintes temas: educação profissional, política educacional, ensino médio e qualificação profissional. É autor dos livros: Informática Educativa (Papirus), A desqualificação da educação profissional brasileira (Cortez), Empresariado industrial e educação brasileira (Cortez) , Agências multilaterais e a educação profissional brasileira (Alínea). É bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq com o projeto & quot;Demandas por qualificação profissional: Recife, segunda metade do século XIX & quot;.

                No inicio do seu artigo, o autor volta a sua atenção para o ensino médio, especialmente quando se pensa sobre a sua função social em preparar os estudantes para o trabalho e sua continuidade aos estudos. Isso se torna uma preocupação constante em suas falas diante do seu texto, onde ele insiste que não se pode resumir o ensino médio em construir saberes práticos e úteis ao mercado de trabalho,mas que se objetive uma luta para a formação integral do aluno. O próprio autor insiste para que essa modalidade de ensino seja, provedora de uma formação que contribua para a emancipação da classe que vive do trabalho. Esse pensamento demonstra uma preocupação no despreparo da organização político-pedagógica dessa modalidade de ensino, em que não sabe qual caminho nortear-se, ou como técnico-profissional ou de transformação do ser para inserir-se em um mundo competitivo que lhe cria novos desafios diariamente. 

                 Segundo o autor, historicamente, a tentativa de universalizar a formação geral é técnica não alcançou resultados, por motivos de a escola não se preparar para um novo conceito educativo, no qual o pensar e o fazer fossem considerados expressões de um único saber da identidade humana.

                Diante das diversas análises feitas pelo autor quanto ao Ensino Médio Integrado, este deve ter uma relação direta com que ocorre no mundo do trabalho, contanto que essa relação não pode ser confundida com uma submissão imediatista tão massificada pelo mercado de trabalho. O EMI deve ser um espaço/tempo de superação no plano formativo, da fragmentação imposta pela divisão social do trabalho. A idéia de formação integrada, segundo o autor, sugere superar o ser humano dividido pela ação social do trabalho entre a ação de executar e a ação de pensar, dirigir ou planejar.

                Ainda em sua obra, o autor desta que mesmo com o crescimento de número de matrículas nesse nível, percebe-se também à diminuição da sua qualidade. Contudo a história do Ensino Médio é a história da inclusão daqueles  que puderam e podem,em virtude de uma condição de classe distinta, apropriar-se da produção material e não-material.
                Diante destas situações, ele sugere as necessárias mediações para que os menos favorecidos estejam em condições de identificar, compreender e suprir, ao longo de sua vida, suas necessidades com relação à participação na produção cientifica, tecnológica e cultural. O que podemos analisar é que a integração do ensino tecnológico e humano no ensino médio integral, criará condições necessárias para os novos autores nesse grande mercado de trabalho repensarem suas práticas e serem remodeladores de uma nova sociedade mais consciente de suas ações, tanto no âmbito ambiental, quanto no âmbito social.

                Dentre dados estatísticos, entre os anos de 1992 e 2007, houve um expressivo aumento das matriculas no ensino médio,sendo as redes estaduais as principais responsáveis por esse aumento. Em contra partida, o autor mostra que a oferta profissional técnico em instituições privadas chega a 66%.

                Ramon de Oliveira vê com preocupação os valores referentes ao custo aluno no Brasil com variações muito grandes se compararmos os gastos das redes públicas estaduais e federais, onde o que é gasto por aluno nas instituições federais é muito maior do que as escolas estaduais.

                Segundo o autor para uma escola homogênea tanto no âmbito  público estadual e ou federal, será necessário o pagamento de bons salários aos profissionais da educação, construção e manutenção de bibliotecas,laboratórios, área de esportes, atividades culturais das mais diversas, tudo isso voltado para a formação do ser humano em sua integralidade. Para que se consiga isso, é necessário repensar a postura do governo federal concernente à sua participação no financiamento do ensino médio.

                 Diante desses dados, temos a plena consciência de que deve- se ter uma consciência drástica de mudança de financiamento para termos uma afirmação do ensino médio integral. Manter as mesmas estratégias até agora utilizadas é apostar na derrota  de uma  concepção política pedagógica  que aponta na perspectiva da emancipação daqueles que vivem do trabalho. A partir dessa nova perspectiva, segundo o autor, será capaz de formar não só educandos para uma futura inserção no mercado de trabalho, mas principalmente ter uma intervenção social e política mais criativa e autônoma.

                Portanto, seria de extrema importância um repensar político-educacional para a construção que norteariam o ensino médio para os próximos anos. É a ação da sociedade organizada, e de grupos governamentais  que não objetivassem seus interesses capitalistas e ideológicos minoritários, mas de uma ação de resultados de âmbito nacional, de mudança de financiamento, inclusão social e principalmente de uma integração ética e moral dos conhecimentos humanos e técnicos, em uma nova proposta pedagógica, que seria o novo paradigma para esse [1][i]nível de ensino.
                 





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